Vocês não me conhecem, mas eu sou a Maria Beatriz, redatora da Easy Future. Tenho 18 anos e estou a estudar Ciências da Comunicação na Nova FCSH. Numa continuação do artigo, Erasmus não é só para estudantes, trago-vos o meu testemunho!
O meu primeiro training course foi uma excelente e inesquecível experiência. Acredito que toda a gente deve experimentar pelo menos uma vez na vida. Passei dez belíssimos dias (de 5 a 15 de Setembro) na Roménia, mais especificamente em Sighisoara, uma cidade medieval e repleta de cor. O programa chamava-se “Youth On Air” e desenvolvemos atividades dentro da comunicação, da rádio online e da criação de podcasts.
Na realidade, aprendi não só sobre os outros, mas também sobre mim própria. Nasceu em mim uma consciência, muito diferente da abordada por Fernando Pessoa. É pois uma consciência da minha evolução e de características que nunca notaria se não me predispusesse a sair da minha zona de conforto.
É aqui que se verifica a proximidade dos mediterrâneos, principalmente dos portugueses com os espanhóis, que uma vez juntos, são impossíveis de separar. Além disso, deparei-me também com pessoas generosas e percebi que os convívios nos unem, com uma ligação intensa, alegre e inesquecível.
Por isso, o ambiente é mais leve, porque os outros nos aceitam e ao entrarmos num processo profundo de aprendizagem, aceitamo-nos também a nós próprios. Não somos julgados, mas sim incentivados à partilha entre culturas. Aliás, toda a filosofia da educação não formal faz com que em vez de ser um espaço mais reservado como a escola, seja um espaço aberto onde temos liberdade para nos expressar.
Quanto às atividades do curso, a diversão e a aquisição de sabedoria alinharam-se em cada momento. Apaixonei-me novamente pela minha querida rádio e pelos meus lindos microfones. Conversar com amigos e abraçar a criatividade de um tema? Sim, sem dúvida espero fazê-lo mais vezes. Nem sempre as minhas ideias se cumpriram, mas foi incrível trocar essas mesmas ideias com pessoas diferentes e sempre com algo capaz de as complementar e marcar a minha vida.
Por outro lado, adorei ter a oportunidade de não só visitar a cidade, mas também ouvir a sua história num museu e visitar outros locais à volta como Apold ou Sibiu. Enganam-se se pensam que um training course apenas serve para ter aulas relacionadas com um tema. Os formadores da associação também nos dão tempo para fazermos o que quisermos e fortalecermos as relações interpessoais, além da sua enorme simpatia dissipar a dificuldade de ir para um novo país. Graças a um grupo animado, foi fascinante festejar a beleza do continente europeu e sentir o beijo da liberdade.
No entanto, há um assunto muito importante que tens de saber antes de embarcar numa aventura destas. É muito bonito pagarem-nos os voos, a comida e o alojamento, mas depois há o extra que ninguém te conta. Pensava que só ia gastar dinheiro em pequenos souvenirs, porém acabei por me deixar levar em cafés, no aluguer de uma bicicleta, em bebidas... Se pensam que sobrevivem apenas com o grátis, não se iludam. É extremamente vital terem equilíbrio e um plano. Sem eles, a perdição e o encantamento saem caros (claro que não se devem conter em demasia).
Atualmente, percebo que as pessoas são o mais importante de cada experiência e não o conteúdo em si. Nunca devemos esquecer que as memórias coletivas são o tesouro mais valioso deste universo. O sucesso nasce de nós próprios e das relações que criamos pois, no fim do dia, a aprendizagem depende de nós. Há esperança para tornar a sociedade melhor e os programas do “Erasmus +” são prova disso. De facto, encontrei-me em Sighişoara e acredito que este intercâmbio tenha sido mais uma pecinha de aprendizagem para a construção da minha vida.
Convido-te a ouvires o podcast que os participantes do programa “Youth On Air” criaram, tendo cada episódio um tema importante para a juventude atual.
