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Conclusão do 1º semestre em tempos de pandemia - época de exames

O avanço galopante do número de casos da covid-19 em Portugal motivou um conselho extraordinário de Ministros, na passada quinta-feira, dia 21 de janeiro, que teve como objetivo, entre outros, tomar decisões em relação às escolas e universidades que, à data, eram dos poucos estabelecimentos que se mantinham abertos sem novas restrições, para além das acordadas anteriormente. Na conferência de imprensa que deu a seguir, António Costa veio satisfazer a ânsia de milhares de estudantes, nomeadamente de muitos universitários, cuja atenção estava centrada na época de exames que iria rematar o 1º semestre. Relativamente às creches, ensino básico e secundário, António Costa foi bastante perentório, procedendo ao encerramento imediato destas instituições e suspensão das atividades letivas por um período de duas semanas, o qual pode ser alargado, mediante o avançar da pandemia.

Porém, no que concerne às universidades e politécnicos, optou-se por dar autonomia a cada uma, no seguimento de estas se encontrarem numa época particular de avaliação. Assim, e tendo em conta os interesses dos seus estudantes, não houve um procedimento padrão e transversal nas instituições de ensino superior, sendo que uma grande maioria optou por adiar as avaliações ou criar épocas especiais no fim do ano letivo, outras encontram-se a realizar os exames e recursos em formato on-line, enquanto outras mantêm os exames presenciais, com as devidas precauções. A Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL) foi uma das que decidiu adiar os exames de conclusão do 1º semestre que ainda não tinham sido realizados, transitando-os para o Verão, de 24 de junho a 1 de julho, após os exames do 2º semestre. À semelhança da FCUL, também a Faculdade de Medicina Veterinária adiou os seus exames, como adiantou o vice- reitor Eduardo Pereira. A reitoria da Universidade de Lisboa recomendou que a atuação fosse neste sentido, pois não consideram que o atual estado da pandemia permita a realização dos exames em formato presencial, sendo a alternativa dos exames on-line afastada por enquanto.


Na Universidade do Porto, foi criada uma época especial de avaliações no Verão para os estudantes que não compareceram aos exames da época normal, aberta a todos os estudantes. António Sousa Pereira, reitor da Universidade, reconheceu que há estudantes que não se sentem confortáveis em realizar os exames presenciais perante a atual conjetura, achando válida e justa a solução encontrada. A primeira chamada de avaliações da instituição terminou no sábado, e o calendário para a segunda chamada mantém-se, pois entendeu-se que os alunos “já tinham feito um grande investimento” no estudo para os exames. A maior parte das provas será realizada em formato digital, mas há casos específicos, como a Faculdade de Engenharia, em que as provas se mantêm presencialmente, tendo sido reforçadas as medidas de segurança, como diminuição do número de alunos por sala e monitorização dos corredores e entradas para dispersar os ajuntamentos. O Ministério da Ciência e Tecnologia e Ensino Superior admitiu esta possibilidade, de acordo com as diretrizes que enviou na semana passada às instituições do ensino superior.


Na Universidade de Coimbra, o procedimento foi similar, mas esta época especial de avaliações poderá ser alargada até 10 de setembro. Na Universidade do Minho, foi criado um período alternativo de avaliações, destinado aos estudantes que foram impedidos de fazer a avaliação na época normal devido à covid- 19, mediante a apresentação de um comprovativo.


A autonomia dada às universidades e politécnicos permite-lhes definir o seu próprio calendário letivo. Todas as aulas que ainda decorriam em época de exames assumiram o modelo à distância e noutros casos antecipou-se o início do semestre, ocupando-se o espaço que estava dedicado às avaliações. De qualquer das formas, há um reconhecimento geral de que as aulas terão que ser feitas online para além dos 15 dias apontados, como o afirmam Orlando Rodrigues, presidente do Instituto Politécnico de Bragança, e António Pereira, reitor da Universidade do Porto, revelando ambos que já foram mobilizados recursos suficientes para que tal aconteça.


Fonte: Público, Samuel Silva, 27 de janeiro de 2021

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