Uma vez mais, este foi um ano de recordes no ensino… desde 1996 que não havia tantos candidatos ao ensino superior na 1ª fase, 62.675 alunos tentaram a sua sorte nas candidaturas, que encerraram no passado dia 23 de agosto, para ocupar as 51.408 vagas disponíveis. Ora, as consequências diretas disto são que cerca de 11 mil estudantes irão ficar de fora quando saírem os tão ansiados resultados a 28 de setembro. Perante esta realidade, e antecipando o receio de muitos estudantes, foi aprovado em conselho de ministros que as vagas que restarem dos concursos especiais irão ser mobilizadas para o regime de candidatura geral, o que acresce o número de vagas disponíveis em cerca de 4.000. Excelente notícia, dirás certamente! A medida aplica-se somente ao próximo ano letivo e implicou uma alteração do decreto-lei que estabelece os moldes de organização e funcionamento do ensino superior. Após a reunião, a Ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, esclareceu a medida aprovada no conselho de ministros publicamente- prevendo-se uma quebra algo acentuada na procura dos estudantes internacionais, devido à atual situação pandémica mundial, foi decidido que as vagas que não forem por estes preenchidas se destinam ao concurso geral de acesso, precisamente para permitir que mais alunos possam ingressar no ensino superior. Também as vagas não ocupadas dos outros regimes de acesso, como as reservadas aos maiores de 23 anos, serão adicionadas às vagas do regime geral de acesso. A redação do decreto-lei aprovado em Conselho de Ministros ainda não foi, porém, divulgada, sendo apenas conhecida a versão que foi alvo de discussão com as várias instituições do ensino superior. Esta medida permitirá, entre outros, recuperar a quebra de financiamento das universidades, devido à menor procura por parte dos alunos internacionais.
Apesar disto, a decisão final caberá a cada instituição do ensino superior, e o caso será analisado curso a curso, ou seja, mesmo que um determinado curso tivesse destinado um número preciso de vagas ao regime de acesso especial, estas poderão, por decisão da instituição, não ser disponibilizadas para o concurso geral de acesso. Os reitores das universidades mostram-se otimistas e satisfeitos pela medida aprovada como uma maneira de permitir que mais alunos possam ter a oportunidade de ir para o ensino superior.
Fonte: Jornal Público
